28.5.10

«Um dia cada um de nós aprende que os sonhos não são apenas sonhos, se não desistirmos deles até se acabam por realizar.»

12.5.10

- Porque insistimos nós em achar que a verdadeira felicidade não existe? Ou se existe é inatingível, porquê?
Ela é bem real. Se não o fosse nunca conhecerias o sentimento de tristeza. Nunca tinhas tido um termo de comparação, um degrau mais elevado, porque haverias de achar que o que sentes em determinado momento é tristeza? Estes dois sentimentos estão intimamente relacionados. Sem um não há o outro porque não consegues definir felicidade sem sentir tristeza.

- Mas e aqueles que pensam que nunca mais podem ser felizes?
Enganam-se, profundamente. A felicidade está a cada esquin, só tens que procurá-la. E claro, lutar por ela. Ela não está simplesmente à espera que chegues perto dela e a leves para casa. Antes, pelo contrário. Foge de ti e faz-te correr. Mas quando a apanhas dás-lhe muito mais valor. Então descobres que ela fica contigo, mesmo nas alturas em que parece ter ido embora, há-de voltar. Volta num dia de sol, volta no olhar de uma criança, volta num sorriso que te é oferecido. Mas volta. Porque é real e está ao teu alcance.

4.5.10

O percurso da tua vida é como caminhar num deserto. Ao princípio é extremamente fácil. Tens toda a tua força, achas que vais rapidamente chegar ao fim, sem dificuldades, basta manter um certo ritmo. Aos poucos, vais começando a sentir-te cansado, mas nada de mais. Até que surgem as miragens. Ao longe parece-te teres achado a felicidade, mas quando por fim lá chegas não a encontras. Continuas cansado, com fome e sede, mas vais ter que continuar a andar. Não queres, de maneira nenhuma, desisitir já. Segues a tua viagem sempre no desconhecido. Não sabes o que vem a seguir por isso avanças, ansioso mas com cautela. Ao fim de algumas miragens sentes-te farto de andar por ali. É então que avistas algo paradisíaco, um verdadeiro oásis no meio do nada. Receoso de que seja apenas outra ilusão, caminhas sem grandes esperanças. E, para tua admiração, este não é outro devaneio da tua mente. É real e está diante de ti. Durante uns dias vives como um rei. Tens ali tudo o que precisas e do qual estiveste privado por alguns tempos. Tens comida, tens água. No meio de um deserto bastam-te para estares bem. Mas com o passar do tempo queres mais, aquilo já não te basta. Então, de novo cheio de coragem e energia, partes à descoberta. Passas por tudo o que já tinhas passado: cansaço, miragens, fome, sede. Mas desta vez sentes-te também arrependido. Por teres sido ambicioso, por teres saído de onde estavas bem. Agora já não tens a força de vontade de anteriormente e apetece-te mesmo acabar com toda esta jornada. Sentas-te, deixas-te cair ali mesmo onde estás, não dás nem mais um passo. Permaneces ali horas, dias talvez, à espera da hora em que o teu corpo decida deixar de funcionar. E vês passar por ti um estranho: um outro caminhante. A escolha é tua, és tu quem decide como acabar esta história. Agarras-te com toda a força à felicidade e vais com ele? Ou esqueces quem és, ou eras, de vez?