28.12.10

Por vezes meto-me a pensar em quem eu era há cerca de um ano. No que está igual, no que está diferente, no que mudou apenas momentaneamente para voltar depois ao mesmo. São tantas coisas, tantas experiências que me perco nelas. Saboreio-as a cada uma como se fossem uma enorme tablete de chocolate. Guardo-as todas para mim. Arrependimentos? Poucos. Os erros servem para evoluir e não nos devemos massacrar por cometê-los. A certos momentos dou apenas uma vista de olhos (ainda custa relembrá-los, como se estivesse de novo a rasgar a ferida), noutros demoro-me um pouco mais. Reencarno sentimentos. Volto a viver o que já vivi. É como ver um album de fotografias (se ao menos pudessemos imprimir parte da nossa memória fotográfica..). Por fim reconheço-me. Continuo a ser eu. Igual a mim própria. Difiro apenas em alguns aspectos da pessoa que era. Mas, afinal, quem não nota em si essas diferenças? Somos diferentes de dia para dia. As células que o digam.

22.12.10

O nosso problema? Preocuparmo-nos demasiado. Temos esse horrível hábito de estabelecer uma rotina e de desconfiar de qualquer falha ou ruptura nela. Assim que há algo um pouco fora do habitual questionamo-nos. E se isso se mantém durante muito tempo a nossa cabeça começa a dar voltas e voltas, a pensar em tudo e mais alguma coisa, a tecer todos os cenários possíveis e impossíveis. Começamos a sofrer por antecipação. Mesmo antes de sabermos o que na realidade se passa já imaginámos tudo o que poderia passar-se. E muitas dessas coisas são negativas, assustam. Mass afinal porque é que nos preocupamos tanto? Depois, quando damos de caras com a realidade entendemos que nem sempre é preciso tanto drama. Só que temos esse terrível defeito. Preocupamo-nos porque amamos alguém, porque amamos a nossa vida, porque amamos a felicidade. E imaginar que poderíamos perder esse amor por algum motivo, por mais disparatado que fosse, provoca uma sensação medonha. Ficamos enervados, apavorados, e isto tudo porque só queremos manter aquilo que nos faz bem. Aquilo que é nosso e que custou a ganhar. E, no entanto, às vezes essa nossa preocupação nem é reconhecida.