24.7.10

Acabou. A história dos principes e das princesas não teve um daqueles finais felizes de que toda a gente gosta. Não se pode dizer que tenha sido algo completamente mau, mas também não foi bom. Eu ainda te amo, eu ainda te quero, eu ainda preciso de ti. Só que também já precisava de descansar. Já não tinha mais forças para nos manter a ambos de pé, por isso tu falaste e eu simplesmente te ouvi. E fazia perguntas e mais perguntas. Mas não ripostei, não tentei contrariar a tua vontade. Não tinha mais forças para isso. E no fundo, essa era também a minha vontade. Por isso te tinha chamado ali, para conversar. E tu mostraste-me que nada tinha sido em vão, para nenhum de nós. Disseste-me que nunca na tua vida tinhas gostado tanto de alguém. Disseste-mo ao ouvido. E eu chorava, enquanto tu, com todas as calmas, me limpaste cada uma das minhas lágrimas, deixáste-me encostar a cabeça no teu ombro e ouvir o bater do teu coração. Depois levantaste-me e envolveste-me num abraço daqueles apertados e reconfortantes dos que já não me davas à imenso tempo. Parece mesmo que te libertaste de um peso enorme que não te deixava sentires-te bem contigo próprio. Por outro lado, também disseste que não gostavas nada de ter que me estar a fazer isto. "Não vai mudar quase nada. Temos que ver pelo lado positivo. Vamos ser amigos, e dos bons espero." Amigos. Fomos amigos durante apenas 3 semanas. E agora vamos sê-lo novamente. Melhores que antes. Foi apenas o fim de mais um capítulo. Mas a história continua. E sempre que um capítulo acaba há um que se inicia logo de seguida, porque não existe história desenquadrada pelo meio dos capítulos. E a vida não passa disso, de uma história onde és tu próprio a fazer as decisões que indicam o rumo a seguir. Durante o passeio que fomos dar eu tentei conter toda a tristeza que sentia. Prolonguei o caminho o máximo que podia mas chegámos ao ponto onde nos teriamos que separar. E ficamos ali, durante meia hora. "Não me quero despedir de ti, vai ser estranho." Disse-lhe de cabeça baixa. E as lágrimas recomeçaram. E tu limpaste-as de novo. Abraçaste-me de novo e acalmaste-te. Tentaste fazer ir-me embora mas os meus pés não se queriam mexer. E eu sabia que tu não irias enquanto não me visses a afastar-me. Então pedi-te um último beijo, que já tinha recusado anteriormente. Soube tão bem. E no entanto só consegui pensar que era o último, não iria haver mais daqueles. Beijei-te a bochecha e sem dizer mais nada virei costas e segui o meu caminho para casa. Olhei uma única vez para trás.

14.7.10

Hoje não quero chorar, já chorei o bastante. É incrível como as lágrimas ainda não se esgotaram ao fim de tantas vezes. Mas mais incrível é continuar a chorar, sempre pelo mesmo. E continuar a deixar que o mesmo me fira o coração e alma, sempre da mesma forma. Mas não vou desistir, não vou parar de lutar. O que sinto é demasiado forte para o deixar de fazer. O que sinto faz-me erguer a cabeça todas as manhãs e tentar novamente. Consigo pôr um sorriso na cara, mesmo que às vezes seja forçado, e esperar por ti as vezes que forem necessárias. Só que à noite, quando a cabeça não consegue parar de pensar em tudo e me relembra cada momento: os bons, os óptimos, os maus e os péssimos, é inevitável que as lágrimas me escorram pela cara e que os meus lábios provem mais uma vez aquele sabor a sal. E assim, apesar de não querer chorar hoje, não consigo impedir de o fazer. :'(

6.7.10

«Por vezes, ao contrário do que tantos dizem, as palavras são tão ou mais importantes que os gestos. E quando elas faltam, falta-nos a confiança e começa a quebrar-se o sonho.»

2.7.10

Às vezes é preciso parar de pensar. Pôr o cérebro em stand-bye para que sejas capaz de descansar por todas as noites mal dormidas, por todos os planos impossíveis já pensados. Às vezes é preciso cantar, mesmo que não te apeteça. Deitar algo cá para fora para que não se acumule tudo lá dentro e entres em perigo de explosão. Às vezes é preciso deixar de prestar atenção a tudo o que se passa à tua volta. Olha apenas para as coisas boas, aquelas que te fazem sorrir em qualquer situação. Ignora as que te fazem ficar carrancudo, pensativo, mal humorado. É preciso agarrares-te a essas coisas boas e viver uma vida feliz, mesmo que por momentos seja tudo uma ilusão. Mesmo que o mundo continue cruel e hipócrita. É preciso criares uma espécie de mundo à parte, onde só vá quem tu quiseres, onde só te lembres do que quiseres. Às vezes é preciso pensar que o mundo vai terminar amanhã e escrever uma lista infindável de coisas que queres fazer antes que o tempo se esgote. É preciso fazer um esforço por cumpri-las, uma a uma, e aproveitar ao máximo a sensação de um desejo concretizado. Às vezes é preciso lembrares-te de quem eras e fazer uma comparação com quem és agora. Às vezes é preciso mudar algo que está mesmo à frente dos teus olhos. É preciso voltares a ser tu próprio.