28.12.10

Por vezes meto-me a pensar em quem eu era há cerca de um ano. No que está igual, no que está diferente, no que mudou apenas momentaneamente para voltar depois ao mesmo. São tantas coisas, tantas experiências que me perco nelas. Saboreio-as a cada uma como se fossem uma enorme tablete de chocolate. Guardo-as todas para mim. Arrependimentos? Poucos. Os erros servem para evoluir e não nos devemos massacrar por cometê-los. A certos momentos dou apenas uma vista de olhos (ainda custa relembrá-los, como se estivesse de novo a rasgar a ferida), noutros demoro-me um pouco mais. Reencarno sentimentos. Volto a viver o que já vivi. É como ver um album de fotografias (se ao menos pudessemos imprimir parte da nossa memória fotográfica..). Por fim reconheço-me. Continuo a ser eu. Igual a mim própria. Difiro apenas em alguns aspectos da pessoa que era. Mas, afinal, quem não nota em si essas diferenças? Somos diferentes de dia para dia. As células que o digam.

22.12.10

O nosso problema? Preocuparmo-nos demasiado. Temos esse horrível hábito de estabelecer uma rotina e de desconfiar de qualquer falha ou ruptura nela. Assim que há algo um pouco fora do habitual questionamo-nos. E se isso se mantém durante muito tempo a nossa cabeça começa a dar voltas e voltas, a pensar em tudo e mais alguma coisa, a tecer todos os cenários possíveis e impossíveis. Começamos a sofrer por antecipação. Mesmo antes de sabermos o que na realidade se passa já imaginámos tudo o que poderia passar-se. E muitas dessas coisas são negativas, assustam. Mass afinal porque é que nos preocupamos tanto? Depois, quando damos de caras com a realidade entendemos que nem sempre é preciso tanto drama. Só que temos esse terrível defeito. Preocupamo-nos porque amamos alguém, porque amamos a nossa vida, porque amamos a felicidade. E imaginar que poderíamos perder esse amor por algum motivo, por mais disparatado que fosse, provoca uma sensação medonha. Ficamos enervados, apavorados, e isto tudo porque só queremos manter aquilo que nos faz bem. Aquilo que é nosso e que custou a ganhar. E, no entanto, às vezes essa nossa preocupação nem é reconhecida.

27.11.10

Tenho medo de não corresponder aos teus sonhos, de não te conseguir deixar realmente feliz.

18.11.10

Gosto de me sentir feliz. É bom sentir-me bem comigo própria, com os outros, com o mundo à minha volta. Talvez seja egoísmo, mas gosto de procurar as coisas que me fazem bem, que me fazem sorrir. Gosto de agarrá-las e tê-las só para mim sempre que me apeteça. Gosto de aproveitar cada momento, cada minuto de felicidade. Há tanta gente que não consegue ser feliz e eu acho que é algo tão simples. Basta sentir cada coisa ao meu redor. Basta tentar ser feliz para conseguir sê-lo, seguir a ajuda dos outros, sentir o carinho deles. É bom ser feliz. E se querer sê-lo sempre é, em parte, ser egoísta, então eu sou uma egoísta feliz. E gosto.

4.11.10

O amor não se demonstra só por gestos, nem só por palavras. Desmontra-se através de uma mistura de ambas as partes e das sensações que sentes alguém causar em ti. Não há algo que seja mais importante porque quando amas alguém tudo importa imenso, como se sem essa pessoa deixasses de ser tu. O amor é causa de hiperboles e de actos instintivos. Quando começas a pensar no que fizeste, ou fazes, lembras-te que já tinhas jurado uma vez nunca fazer isso mesmo. Tão depressa te sentes feliz como aborrecido, outras vezes nem sabes bem como te sentes. Mas sabes sempre que há uma coisa que te fará brilhar os olhos: teres quem amas ao teu lado. E, no entanto, nunca tens essa confiança. O amor leva a inseguranças e nem é por falta de confiança na pessoa com quem estás. É por medo ou por falta de confiança em ti próprio. Normalmente quando alguém gosta realmente de ti toda a gente tem a certeza disso. Menos tu próprio. Continuas a duvidar. Acreditas que sim mas no entanto tens sempre o receio de que o sonho se acabe. Tens medo que a cortina se feche antes de poderes dizer a última deixa.

21.10.10

A tua vida é tal e qual uma história, como as que vêm encadernadas com bonitas capas e divididas por capítulos e páginas. Na tua história, és tu o personagem principal. És tu quem vive cada uma das acções que leva à parte relevante e culmina no desenlace. Só que enquanto personagem tens o poder de tomar certas decisões que te vão afectar para sempre. E tens a capacidade de encarar a vida de uma ou de outra maneira, conforme as circunstâncias. Isso não quer dizer que há uma maneira certa para agires. Numa história podes criar o que te apetece. Mas isso significa que tens uma certa responsabilidade. Uma responsabilidade para com os outros que fazem parte do teu mundo, mas principalmente responsabilidade para contigo que vives à custa das tuas próprias experiências. E é lógico que estas nem sempre são boas. Mas tens que saber dar-lhes a volta por cima e tornar algo negativo em positivo. Isso nem sempre é fácil. Exige esforço, persistência, dedicação. Exige que estejas aberto ao que te digam, que não te feches num mundo só teu e te resignes com a vida que tens. Porque assim não vais avançar. Vais ficar para sempre preso a algo que era suposto ser passageiro mas que te irá perseguir durante muito tempo. E vais querer mudar de página e ler o título do próximo capítulo. Mas se não pegares na folha de papel e a virares, ela não se vira sozinha.

4.10.10

És todo o calor que preciso nestes dias frios que começam a aparecer. O conforto do teu abraço faz-me sentir que isto é real. E mesmo com momento menos bons, o conjunto é excelente. Tu és excelente. E estar contigo faz-me sentir bem, quente e reconfortada. Fazes-me de novo imaginar um futuro contigo a meu lado, construir uma série de planos que te incluem, mesmo sabendo que posso ter de os apagar de novo. Mas neste momento desenho-os com todas as cores que possuem as almas e com todas as formas que fazem parte do imaginário. Cada gesto teu eleva-me ao alto das estrelas ou, pelo contrário, faz-me cair na maior das profundezas, porque cada um deles significa muito para mim. Mas hoje não quero falar de coisas más. Hoje só vou ligar ao que me traz alegria e ao que me faz sorrir. E vou guardar tudo isso para relembrar um dia mais tarde. Para poder contar aos meus filhos, aos meus netos, a quem quer que seja, o quanto a nossa história importou e marcou. Quero poder contar o quanto me fizeste feliz. O quanto eu sinto que és só meu. O quanto eu dependo de ti.
«Hoje quero ser feliz.» :')

29.9.10

«Um dia vou deixar de querer correr o mundo para estar contigo um segundo.»

Pode ser que nesse dia me comeces a dar valor.

14.9.10

Eu continuo a querer-te da mesma forma, a desejar ter-te comigo com a mesma intensidade, a pensar em ti todo o dia e a sonhar contigo toda a noite. Eu continuo a querer que tu sejas só meu. Como eras. Como éramos. E tu não. Tu apenas queres liberdade. E há-de ser sempre assim.

4.9.10

« Tu fazes magia. » :$

21.8.10

Já chega de tanta mentira, ou de tanta verdade que não quero aceitar, nem sei bem. Já chega de tanta duvida, de tanta incerteza, de tanta questão. Já chega de tanta volta na cama apesar de estar cansada demais para me manter acordada. Já chega.
«Era bom que tudo fosse assim, simples. Era bom que um 'já chega' chegasse mesmo.»

14.8.10

O que estamos a fazer não faz sentido nenhum. Estamos os dois a ir contra aquilo que sentimos. Estamos a lutar contra uma coisa mais forte que nós. Estamos a desperdiçar algo de bom, algo que nos faz sentir bem. Estamos a tentar apagar sete meses que nunca sairão da cabeça e muito menos do coração. Mas isso é impossível. Porque se eu te quero e se tu me queres qual é o medo? Isso já devia chegar. Ou pelo menos já devia ser uam parte bem grande. Porque aquilo que eu sinto por ti é enorme. É impossível odiar qualquer coisinha em ti, simplesmente não dá. Aos meus olhos continuas a ser perfeito e único. Por isso continuo a amar-te, mais ainda do que amava no dia 15 de Dezembro. E por mais que eu me esforce, não te consigo tirar da gavetinha no coração onde te meti. :x

6.8.10

Aposto que não tens noção dos sentimentos que és capaz de provocar em mim. Do turbilhão de emoções que despoletas em mim. De cada vez que me tocas, de cada vez que me falas, de cada vez que me olhas. Sim, por alguma razão não sou capaz de fixar os teus olhos por mais de 5 segundos. E quando o faço as coisas não correm lá muito bem. Ou melhor, não correm como deviam. Tu tens o dom, ou o defeito, de descontrolar as coisas. E o mais estúpido é que eu sei disso, e gosto. Gosto da forma como me continuas a perturbar a respiração. Gosto da forma como viramos tudo a contrário e tudo deixa de fazer sentido. Não posso, mas gosto. Preciso de impôr regras a mim mesma para que consiga seguir um certo rumo e ultrapassar isto apenas com a tua amizade. Mas a verdade é que o coração quer mais que isso. Não lhe chega. E depois não sou só eu. Tu pareces indeciso. Queres, mas não queres. E é aí que tudo se baralha, as ideias na cabeça confundem-se. Mas dentro do peito fica tudo certinho. O coração bate de felicidade e o resto do mundo passa a não existir, outra vez.

« Sabes que não era suposto nós estarmos a fazer isto? »

3.8.10

A noite cai. E com ela caem todas as forças que te mantêm de pé durante o dia. Esgota-se a paciência e as respostas são secas para qualquer pessoa. Os pensamentos divagueiam pelo passado e recusam-se a voltar ao presente. Querem ficar parados lá, onde tudo era bom. Cai uma lágrima, outra e mais outra. E sem dares por ti adormeces. E o mesmo sonho das noites anteriores persegue-te. Um sonho que se vai tornando real de tanta vez que já assististe à sua história. E o medo apodera-se de ti.

24.7.10

Acabou. A história dos principes e das princesas não teve um daqueles finais felizes de que toda a gente gosta. Não se pode dizer que tenha sido algo completamente mau, mas também não foi bom. Eu ainda te amo, eu ainda te quero, eu ainda preciso de ti. Só que também já precisava de descansar. Já não tinha mais forças para nos manter a ambos de pé, por isso tu falaste e eu simplesmente te ouvi. E fazia perguntas e mais perguntas. Mas não ripostei, não tentei contrariar a tua vontade. Não tinha mais forças para isso. E no fundo, essa era também a minha vontade. Por isso te tinha chamado ali, para conversar. E tu mostraste-me que nada tinha sido em vão, para nenhum de nós. Disseste-me que nunca na tua vida tinhas gostado tanto de alguém. Disseste-mo ao ouvido. E eu chorava, enquanto tu, com todas as calmas, me limpaste cada uma das minhas lágrimas, deixáste-me encostar a cabeça no teu ombro e ouvir o bater do teu coração. Depois levantaste-me e envolveste-me num abraço daqueles apertados e reconfortantes dos que já não me davas à imenso tempo. Parece mesmo que te libertaste de um peso enorme que não te deixava sentires-te bem contigo próprio. Por outro lado, também disseste que não gostavas nada de ter que me estar a fazer isto. "Não vai mudar quase nada. Temos que ver pelo lado positivo. Vamos ser amigos, e dos bons espero." Amigos. Fomos amigos durante apenas 3 semanas. E agora vamos sê-lo novamente. Melhores que antes. Foi apenas o fim de mais um capítulo. Mas a história continua. E sempre que um capítulo acaba há um que se inicia logo de seguida, porque não existe história desenquadrada pelo meio dos capítulos. E a vida não passa disso, de uma história onde és tu próprio a fazer as decisões que indicam o rumo a seguir. Durante o passeio que fomos dar eu tentei conter toda a tristeza que sentia. Prolonguei o caminho o máximo que podia mas chegámos ao ponto onde nos teriamos que separar. E ficamos ali, durante meia hora. "Não me quero despedir de ti, vai ser estranho." Disse-lhe de cabeça baixa. E as lágrimas recomeçaram. E tu limpaste-as de novo. Abraçaste-me de novo e acalmaste-te. Tentaste fazer ir-me embora mas os meus pés não se queriam mexer. E eu sabia que tu não irias enquanto não me visses a afastar-me. Então pedi-te um último beijo, que já tinha recusado anteriormente. Soube tão bem. E no entanto só consegui pensar que era o último, não iria haver mais daqueles. Beijei-te a bochecha e sem dizer mais nada virei costas e segui o meu caminho para casa. Olhei uma única vez para trás.

14.7.10

Hoje não quero chorar, já chorei o bastante. É incrível como as lágrimas ainda não se esgotaram ao fim de tantas vezes. Mas mais incrível é continuar a chorar, sempre pelo mesmo. E continuar a deixar que o mesmo me fira o coração e alma, sempre da mesma forma. Mas não vou desistir, não vou parar de lutar. O que sinto é demasiado forte para o deixar de fazer. O que sinto faz-me erguer a cabeça todas as manhãs e tentar novamente. Consigo pôr um sorriso na cara, mesmo que às vezes seja forçado, e esperar por ti as vezes que forem necessárias. Só que à noite, quando a cabeça não consegue parar de pensar em tudo e me relembra cada momento: os bons, os óptimos, os maus e os péssimos, é inevitável que as lágrimas me escorram pela cara e que os meus lábios provem mais uma vez aquele sabor a sal. E assim, apesar de não querer chorar hoje, não consigo impedir de o fazer. :'(

6.7.10

«Por vezes, ao contrário do que tantos dizem, as palavras são tão ou mais importantes que os gestos. E quando elas faltam, falta-nos a confiança e começa a quebrar-se o sonho.»

2.7.10

Às vezes é preciso parar de pensar. Pôr o cérebro em stand-bye para que sejas capaz de descansar por todas as noites mal dormidas, por todos os planos impossíveis já pensados. Às vezes é preciso cantar, mesmo que não te apeteça. Deitar algo cá para fora para que não se acumule tudo lá dentro e entres em perigo de explosão. Às vezes é preciso deixar de prestar atenção a tudo o que se passa à tua volta. Olha apenas para as coisas boas, aquelas que te fazem sorrir em qualquer situação. Ignora as que te fazem ficar carrancudo, pensativo, mal humorado. É preciso agarrares-te a essas coisas boas e viver uma vida feliz, mesmo que por momentos seja tudo uma ilusão. Mesmo que o mundo continue cruel e hipócrita. É preciso criares uma espécie de mundo à parte, onde só vá quem tu quiseres, onde só te lembres do que quiseres. Às vezes é preciso pensar que o mundo vai terminar amanhã e escrever uma lista infindável de coisas que queres fazer antes que o tempo se esgote. É preciso fazer um esforço por cumpri-las, uma a uma, e aproveitar ao máximo a sensação de um desejo concretizado. Às vezes é preciso lembrares-te de quem eras e fazer uma comparação com quem és agora. Às vezes é preciso mudar algo que está mesmo à frente dos teus olhos. É preciso voltares a ser tu próprio.

15.6.10

Os teus olhos hoje estavam límpidos e brilhantes, serenos, calmos. Já não me olhavas com raiva mas com ternura. Já me abraçavas, já me enchias de beijos outra vez. Posso dizer que o medo que tinha atenuou-se bastante. Senti-me recolhida de novo nos teus braços, muralha inultrapassável e que não pode ser derrubada. Senti-me feliz outra vez. :')

13.6.10

Continuo perdida. Preciso de um mapa, um conselho, um objectivo, um lugar certeiro para onde ir. Já não sei se ande para a frente, para trás ou se fique no mesmo sítio. Estacionária. Esquecendo o passado e o futuro e pensando só no presente. Mas o presente não faz sentido nenhum sem todo o passado que vem atrás. E todo esse passado não faz sentido nenhum sem ti. Eu sei que te quero, que preciso de ti, és essencial. Mas a verdade é que me estás a deixar cada vez mais e mais assustada. Essas tuas atitudes que me deixam tonta, essas tuas palavras que magoam mais que qualquer arma e essa tua incerteza que me fere por dentro. Essa incerteza que me leva a imaginar mil situações possíveis e na minha cabeça deambulam mil questões que o coração quer esclarecer mas que a boca não consegue pronunciar. E as dúvidas permanecem, os receios aumentam e a ferida alarga-se cada vez mais. E por muitas vezes que tu digas que está tudo bem e para eu ter calma, é impossivel. Porque logo no momento em que me deixas eu consigo pensar em tudo menos que está tudo bem. Pelo menos eu não me sinto bem. Leio as primeiras mensagens, vem-me tudo à cabeça e não acredito como podes sequer ponderar em deitar tudo isto fora. Todas as memórias, todos aqueles momentos que nos marcaram e que nunca mais vão ser vividos com mais ninguém. É de ti que eu preciso, é a ti que eu quero, a ti que eu amo. Não quero ninguém melhor. Não mereço ninguém melhor. Simplesmente amo-te demasiado para querer alguém mais. :s

8.6.10

Por vezes sentimo-nos perdidos. O que em tempos parecia ser o correcto agora já não o é. Para nós continua a ser mas para os outros não. Parece que algo mudou e nós continuamos ali, estáticos, imutáveis, sem perceber as mudanças à nossa volta. Desejamos que tudo fique igual ou que tudo fique melhor e andamos tão obcecados com essa ideia que não entendemos que algo possa ficar diferente. As palavras que dizemos já não são as mais correctas mas não compreendemos que está na hora de trocá-las por olhares. Olhares mudos que expressem o mesmo que pensamos mas que não provocam qualquer som. Um simples silêncio que diga tudo. E no entanto, quando finalmente entendemos que é esse silêncio que é necessário tudo parece mudar novamente. E os olhares mudos, surdos, já não bastam. É novamente preciso algo mais. Uma palavra quente e acolhedora que encha o coração de alguém e que nós até temos pronta para lhe transmitir mas apenas ainda não percebemos que chegou a altura de o fazer de novo.

«Estranhamente, sinto-me perdida por este caminho que segue sempre a direito.»

28.5.10

«Um dia cada um de nós aprende que os sonhos não são apenas sonhos, se não desistirmos deles até se acabam por realizar.»

12.5.10

- Porque insistimos nós em achar que a verdadeira felicidade não existe? Ou se existe é inatingível, porquê?
Ela é bem real. Se não o fosse nunca conhecerias o sentimento de tristeza. Nunca tinhas tido um termo de comparação, um degrau mais elevado, porque haverias de achar que o que sentes em determinado momento é tristeza? Estes dois sentimentos estão intimamente relacionados. Sem um não há o outro porque não consegues definir felicidade sem sentir tristeza.

- Mas e aqueles que pensam que nunca mais podem ser felizes?
Enganam-se, profundamente. A felicidade está a cada esquin, só tens que procurá-la. E claro, lutar por ela. Ela não está simplesmente à espera que chegues perto dela e a leves para casa. Antes, pelo contrário. Foge de ti e faz-te correr. Mas quando a apanhas dás-lhe muito mais valor. Então descobres que ela fica contigo, mesmo nas alturas em que parece ter ido embora, há-de voltar. Volta num dia de sol, volta no olhar de uma criança, volta num sorriso que te é oferecido. Mas volta. Porque é real e está ao teu alcance.

4.5.10

O percurso da tua vida é como caminhar num deserto. Ao princípio é extremamente fácil. Tens toda a tua força, achas que vais rapidamente chegar ao fim, sem dificuldades, basta manter um certo ritmo. Aos poucos, vais começando a sentir-te cansado, mas nada de mais. Até que surgem as miragens. Ao longe parece-te teres achado a felicidade, mas quando por fim lá chegas não a encontras. Continuas cansado, com fome e sede, mas vais ter que continuar a andar. Não queres, de maneira nenhuma, desisitir já. Segues a tua viagem sempre no desconhecido. Não sabes o que vem a seguir por isso avanças, ansioso mas com cautela. Ao fim de algumas miragens sentes-te farto de andar por ali. É então que avistas algo paradisíaco, um verdadeiro oásis no meio do nada. Receoso de que seja apenas outra ilusão, caminhas sem grandes esperanças. E, para tua admiração, este não é outro devaneio da tua mente. É real e está diante de ti. Durante uns dias vives como um rei. Tens ali tudo o que precisas e do qual estiveste privado por alguns tempos. Tens comida, tens água. No meio de um deserto bastam-te para estares bem. Mas com o passar do tempo queres mais, aquilo já não te basta. Então, de novo cheio de coragem e energia, partes à descoberta. Passas por tudo o que já tinhas passado: cansaço, miragens, fome, sede. Mas desta vez sentes-te também arrependido. Por teres sido ambicioso, por teres saído de onde estavas bem. Agora já não tens a força de vontade de anteriormente e apetece-te mesmo acabar com toda esta jornada. Sentas-te, deixas-te cair ali mesmo onde estás, não dás nem mais um passo. Permaneces ali horas, dias talvez, à espera da hora em que o teu corpo decida deixar de funcionar. E vês passar por ti um estranho: um outro caminhante. A escolha é tua, és tu quem decide como acabar esta história. Agarras-te com toda a força à felicidade e vais com ele? Ou esqueces quem és, ou eras, de vez?

28.4.10

E, afinal de contas, o que é um instante? O que é o tempo? Tu regulas-te totalmente por esta noção que nem sabes ao certo o que é. És escravo dos minutos, das horas, dos dias. Vives em função do tempo que há-de vir e és resultado das acções que fizeste num tempo que já terminou. Basicamente, o tempo chamado presente é demasiado curto para teres noção dele no próprio momento. A menos claro, que ele tenha sido já planeado como um futuro. Sim, o mais certo é não perceberes o que tento dizer porque talvez nem tenha grande sentido. Mas a verdade é que o tempo não tem sentido. Vês dias alternarem com noites, sóis alternarem com luas, vês invernos passarem a verões, chuva passar a jardins floridos. E o relógio vai marcando o tempo. Tic tac, tic tac, tic tac. Estás desejoso por um futuro e os ponteiros estão demasiado preguiçosos. Apetece-te gritar-lhes, mandá-los correr, acelerar o tempo. Já olhaste três vezes para o teu pulso e as horas não passam. O relógio marca uma hora, a ti parece-te uma eternidade. Tic tac, tic tac, tic tac. Finalmente chegou a hora que tanto esperáste. Agora os ponteiros acordaram, ganharam vida. Desde a última vez que olháste já passou tanto tempo e no entanto a ti pareceram-te uns meros dois minutos. E, quase sem dares conta, o presente já não é mais presente, já é passado, já acabou. E o relógio não pára. Tic tac, tic tac, tic tac. O que é o tempo afinal?

22.4.10

Só quero mais um instante. Dá-me só um instante. Fica comigo só durante o curto espaço de tempo a que chamam instante.

9.4.10

Há momentos em que só queres esquecer tudo. Queres desaparecer por instantes. Reaparecer num sítio onde nada seja como era há pouco. Uma espécie de paraíso ou mundo à parte que te limpa a mente de tudo porque tens passado. Queres ir para lá passar umas horas, uns dias, uns meses. Quem sabe se não te habituarias tanto àquele local que quisesses ficar lá todo o resto da tua vida. Podes olhar o mar e não ter mais um único ser humano à tua volta, podes observar o pôr do sol por de trás dos rochedos, podes rir à vontade que ali ninguém te vai julgar. Ali as pessoas são outras, as casas são outras, a vida é outra. É uma outra parte de ti que se revela lá. Uma parte alegre, despreocupada, leve.

Já faz tanto calor, já passou tanto tempo. As saudades são cada vez maiores. Não vejo a hora de voltar a olhar para aquelas águas e de sentir de novo aquela areia nos pés.

2.4.10

Abraça-me. Dá-me daqueles apertões aconchegantes que só tu sabes dar. Beija-me a testa, o nariz, as bochechas. Passa a tua mão pelos meus caracóis. Sorri, sorri para mim e mostra-me os teus olhos brilhantes. Agarra-me, leva-me daqui. Faz-me sentir uma princesa que encontrou o verdadeiro principe encantado.

25.3.10

As discussões acontecem com toda a gente. E de certa maneira, até são boas. São uma forma de nos conhecermos melhor, uma forma de nos aproximar ainda mais. Mas que forma horrível de mostrarmos o quanto amamos alguém. Mas a verdade é essa. Discutimos porque gostamos demasiado de uma pessoa. Por acharmos que ela está a errar e querermos que siga um melhor caminho. Ou pelo contrário, por termos demasiada confiança de que estamos certos e não querermos envolver outra pessoa numa coisa que afinal nos está a fazer sofrer a nós. Seja como for discutimos. E no fim, chegamos à conclusão que fomos estúpidos, acabamos finalmente por chegar a um acordo. Abraçamo-nos, beijamo-nos, dizemos palavras de reconforto. E pedimos desculpa. É, muito provavelmente, das palavras mais complicadas de se dizer. O orgulho é um sentimento que se apodera de nós, aos poucos, e impede-nos de nos arrependermos. Mesmo sabendo que fizemos algo errado, não queremos mostrar a nossa parte fraca, o nosso lado mais frágil. Que afinal todos nós temos, mesmo os que o escondem bem na sombra. Esses também ficam felizes quando lhes dizem aquelas palavras mais especiais. E também ficam tristes quando discutem com alguém. Afinal para que temos de discutir? Não podemos simplesmente mostrar o amor que sentimos por alguém através de gestos bons? As discussões magoam, ferem o coração, fazem a alma chorar.

Ontem, alguém me prometeu que tinham acabado as discussões.

10.3.10

Às vezes aparenta estar tudo bem mas tu sabes que não está. Sentes um aperto no coração, uma angústia e não consegues explicar porquê. Apetece-te sair à rua e gritar, aliviar essa sensação. Sentes-te enervado, não sabes o que fazer a seguir, e acabas por dar contigo a olhar para o vazio e a chorar. Não consegues parar durante o que te parecem ser longos minutos. E no fim sentes-te melhor. Chorar é uma coisa boa. Deixa sair todas as mágoas e todas as dúvidas que te enchem a cabeça, te afligem o coração e te impedem de adormecer. Aos poucos essas tensões vão-te abandonando. Sentes-te mais calmo, mais limpo, mais leve. O mundo já não te parece estar tão perto de desabar, ganháste um pouco mais de tempo.

«Então deito-me, bem agarrada à camisola que ainda tem o cheiro dele, de maneira a me sentir um pouco mais segura, e adormeço, finalmente.»

23.2.10

O que é o medo? Essa palavra que toda a gente usa e que não sabe bem explicar. Há vários tipos de medo. Certamente em criança tiveste medo do escuro, medo do papão, medo de ser apanhado nalguma asneira que fizeste(...) Algo que não queres que aconteça, ou que receias que venha a acontecer. Não sabes definir o medo. No entanto sente-lo. Sabes que é real e que te confunde. Por vezes és impedido de tomar determinadas decisões devido a ele, noutras és impelido a tomá-las talvez mais cedo do que o devesses. O medo é uma reacção natural ao desconhecido por isso é perfeitamente normal que sintas medo. Mas não é apenas uma coisa má. O medo também pode ser bom. Aliado ao medo vem a vontade de chegares mais longe, de ultrapassares determinada barreira. E então enches-te de coragem, enfrentas os teus medos, e no fim do caminho descobres um mundo completamente novo e cheio de magia.

18.2.10

Dois dias não chegam nunca para compensar uma semana inteira sem ti. Consigo sentir a tua ausência. Para onde olho recordo-me de ti. Os locais por onde costumavas parar, as pessoas que te costumavam fazer companhia, as coisas que costumavas fazer(...) Todas as noites conto os dias que faltam para te ter por perto. Cinco infindáveis dias. E depois adormeço, e sonho contigo ainda mais intensamente do que penso em ti durante todo o dia. E quando finalmente no Sábado chegas ao pé de mim, esqueço o resto do mundo. Sou só eu e tu, não precisamos de mais nada. Envolves-me nos teus braços e então sou invadida por uma sensação de reconforto. O teu calor, o teu cheiro, o som da tua respiração, o toque dos teus lábios nos meus, o bater do coração no teu peito.. Nos nossos peitos. Quando reparo já o meu coração bate mais aceleradamente e quase posso ouvi-lo. Tão bem quanto ouço a tua voz, pela qual ansiei enquanto só podia comunicar contigo através de um telemóvel. E essa forma como me pões o coração a saltar não mudou em nada desde o início e não vai mudar nunca. Fazes-me sentir única, especial, desejada. Fazes-me sentir amada e eu espero conseguir fazer-te sentir o mesmo. Porque é o que tenho de mais profundo, o meu amor por ti. Sem percebermos bem como, enquanto estamos abraçados o tempo voa. E um dia já se passou, deixo-te ir com um beijo de despedida. Resta-nos mais um, penso. Não sou capaz de dormir a noite inteira só de pensar que vens ter comigo logo de manhãzinha. Acabo por adormecer, cansada, e quando acordo é com os teus mimos. Os teus olhos expressivos são a primeira coisa que vejo nesse dia e sorrio ao saber que estás comigo, que posso tocar-te. Depois aconchegas-te na cama comigo e volto a adormecer, sinto-me como que protegida. E por fim o sonho termina, a noite cai e eu tenho que te deixar ir novamente. Peço-te que fiques, agarro-te com mais força mas sinto-te a escapar. Sei que não queres ir mas infelizmente também não podes ficar. E então vejo-te a sair pelo portão e encaro mais uma semana que parece não terminar.

8.2.10

Sentada no jardim dei por mim a observar uma criança. Não foi premeditado. Apenas fixei nela o meu olhar e a partir daí desenvolvi uma complexa rede de pensamento. Aquela menina de cabelos louros com um bonito vestido branco brincava na areia sem se importar se a cor do vestido estava a mudar ou não. Apontava para os pássaros que cantanvam e ria. Depois, de pé e com os braços abertos, fazia que voava. E com um sorriso de orelha a orelha chamava pela mãe e pedia-lhe que viesse brincar também. Ela simplesmente lhe sorria, ficava sentada no mesmo banco em que estava provavelmente desde que ali tinha chegado. E quando a menina se chegou ao pé dela e lhe pegou na mão, a mãe, sempre com um sorriso talvez até um pouco forçado, afastou-a e permaneceu sentada. Esta é a grande diferença entre crianças e adultos, a diferença entre viver a vida e complicar. À medida que crescemos temos tendência a dificultar as coisas à nossa volta. Quando somos crianças vivemos no mundo do imaginário. Cada pessoa que passa na rua é um potencial amigo, seja ele da cor que for, tenha a idade que tiver, venha de onde vier. Passados uns meros anos, começamos a catalogar as pessoas e o mundo, julgamos alguém apenas pela aparência e é com esta que nos preocupamos mais. Enquanto aquela menina não se importava com o vestido manchado, a mãe recusou-se a levantar do banco e a ir brincar. Mas que grande erro, deixar de brincar! É tão bom, tão reconfortante. Liberta-nos e deixa-nos fluir o pensamento. Brincar é dos melhores exercicios que podemos fazer ao nosso cérebro. No entanto, esquecemo-nos de o fazer. Tornamo-nos chatos, selectivos e rabugentos. Ficamos sem paciência. Quebramos a infância pela qual passámos e que nos fez tão felizes. Porque é que temos mesmo que complicar?

29.1.10

Vives de miragens, de desejos, de esperanças. Em resumo, vives a sonhar. Esperas um mundo cor-de-rosa, um principe encantado num palácio magnífico, digno de contos de fadas, a felicidade eterna. Desejas ter todo o luxo, a todos os níveis. Uma conta bancária de fazer inveja, um emprego a que vais não porque precisas mas porque gostas, uma lista de amigos a perder de vista. De noite entregas-te completamente às fantasias da tua mente. Sabes que nessas alturas podes viver o que é impossível quando estás acordado. E por isso mesmo, às vezes até acordado sonhas. Sonhas com o que queres, sonhas com o que não podes.. Até ao dia em que acordas e tens a sensação de que aquilo não foi um simples sonho, igual a tantos outros. Foi algo mais. O quê? Nunca vais saber. Foi um sonho no ínicio, mas passou para a realidade. Estás a ter um dia perfeitamente normal e cruzas-te de repente com uma situação que tinhas sonhado. É estranho. Por vezes é bom, outras não tanto. Mas acima de tudo ficas confuso. E depois já esperas que vá acontecer outra vez. Mas não acontece. Foi uma vez sem exemplo. Coincidência? Destino? Cada um pensa aquilo que quer, cada um tem as suas crenças. Eu simplesmente não acredito que existam coincidências. Seriam demasiado vulgares. Mas os sonhos servem, acima de tudo, para te darem objectivos. E não são os sonhos que tens quando dormes. Não esses, os outros. As esperanças e os desejos. Esses fazem-te lutar e seguir em frente. Não é mau ser sonhador. Antes pelo contrário. Uma vida sem objectivos é monótona, cansativa. Se não tiveres que lutar por nada vais gastar o tempo com o quê? Por isso sonha, mas sempre com os pés assentes na terra. Não voes demasiado alto. Eu sonho, é isso que me mantém acordada.

12.1.10

Talvez chegues à conclusão que não é assim tão complicado como pensavas. Sim, é dificil. Mas desde que te empenhes ao máximo nisso, desde que ponhas todas as tuas forças, desde que acredites mesmo de que és capaz, tu consegues. Consegues porque tens a certeza que é isso que queres. Aliás, é isso que desejas, que desejar é ainda mais forte que querer. Há algo que te leva a seguir por esse rumo, e é um algo muito forte. Que te puxa de tal maneira como se fosse um íman. É bastante normal que tenhas os teus momentos de fraqueza. Se toda a gente os tem porque é que não os poderias ter? Nessas alturas é muito provável que penses que está a ser demasiado aguentar uma vida assim, que seria melhor desistir. Mas de certeza que irias ficar bem com essa decisão? Não te irias arrepender de teres chegado aqui e ter sido tudo em vão? Todas as noites em branco, todas as lágrimas, todos os medos. Tudo deitado fora. Como se tentasses apagar os ultimos tempos. Mas a verdade é que eles iriam continuar na tua cabeça. Então para quê desistir? Não te resolvia nada. Talvez te deixasse pior ainda. Irias ficar com a ideia de que poderias ter chegado mais longe se quisesses. Se te empenhásses em vez de desistir perante meia duzia de dificuldades. Se a vida fosse um mar de rosas não metia piada. Porque se encarares as coisas com outros olhos, vais chegar à conclusão que não é assim tão complicado. É uma nova fase, um novo desafio que vais ter de ultrapassar e que te vai enriquecer a nivel pessoal. Se não podes alterar as coisas só tens que tirar o máximo partido delas. Aproveitá-las da melhor maneira que podes. Continuar a sorrir e a caminhar para frente. E desde que te empenhes ao máximo, tu consegues.